Crescimento da produção de leite e preços em queda

Crescimento da produção de leite e preços em queda

Um delicado re-equilíbrio de oferta e demanda está no horizonte, de acordo com o novo RaboResearch Dairy Quarterly para o terceiro trimestre de 2020, publicado em 24 de setembro.

O crescimento da produção de leite nos principais motores de exportação teve início no segundo trimestre de 2020 e deve continuar se expandindo até 2021, situação que não tem sido igualada desde 2018. Apesar das interrupções que a Covid-19 trouxe para os mercados globais de lácteos, os preços do leite permaneceram resistentes. O Rabobank prevê um aumento anual de 1,3% na produção nas 7 principais regiões leiteiras no quarto trimestre de 2020, e 1,09% no primeiro semestre de 2021 e 0,8% no segundo semestre de 2021 .

Os preços das commodities se recuperaram no segundo trimestre, em grande parte graças ao apoio do governo em forma de compras, gestão de estoque e estímulo fiscal para os consumidores. As perspectivas para o apoio governamental são menos certas no quarto trimestre e em 2021, aumentando o risco de pressão de baixa sobre os preços.

Melhorias sequenciais são vistas no foodservice à medida que mais regiões saem do bloqueio, enquanto as vendas no varejo de lácteos mostram os primeiros sinais de desaceleração. Levará algum tempo para que a demanda por foodservice retorne aos níveis pré-Covid-19, mesmo em países que estiveram bem à frente da curva.

Com a expectativa de que a produção de leite cresça nos próximos 12 meses e o consumo levará algum tempo para se recuperar, o Rabobank espera que os fundamentos do mercado global permaneçam fracos no segundo trimestre de 2021, ponto em que o nível de excedente exportável diminuirá no segundo semestre de 2021, à medida que o consumo interno melhora.

O comportamento das importações chinesas nos próximos seis a nove meses, após a continuidade do crescimento da oferta local e uma possível mudança na estratégia de armazenamento, apresenta incertezas para as perspectivas dos produtores de leite. As importações de lácteos chineses ainda devem cair em 2020 e 2021 (excluindo soro de leite). Políticas monetárias frouxas e uma taxa de câmbio do dólar americano fraca apresentarão riscos de alta para os preços dos laticínios.

Fonte: Milkpoint

Mapa publica Instrução Normativa que altera pontos da IN 76

Mapa publica Instrução Normativa que altera pontos da IN 76

Foi publicado, no dia 01 de outubro, no Diário Oficial da União a Instrução Normativa nº 55 que altera a IN 76/2018 que trata dos Regulamentos Técnicos que fixam a identidade e as características de qualidade que devem apresentar o leite cru refrigerado, o leite pasteurizado e o leite pasteurizado tipo A.

A INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 30 DE SETEMBRO DE 2020 traz algumas alterações, dentre elas:

Art. 3º

II – Conservação e expedição do leite no posto de refrigeração: 5,0 °C (cinco graus Celsius); e

III – conservação do leite na unidade de beneficiamento de leite e derivados antes da pasteurização: 5 °C (cinco graus Celsius).

Parágrafo único. A temperatura de conservação do leite cru refrigerado na unidade de beneficiamento de leite e derivados pode ser de até 7 °C (sete graus Celsius), quando o leite estocado apresentar contagem microbiológica máxima de 300.000 UFC/mL (trezentas mil unidades formadoras de colônia por mililitro) anteriormente ao beneficiamento.” (NR).

Para saber todas alterações que passam a vigorar a partir de 1º de novembro de 2020 acesse aqui a INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 55, DE 30 DE SETEMBRO DE 2020 completa.

Fonte: Diário Oficial da União.

Fonte:  Milkpoint

Cepea: preço do leite ao produtor bate novo recorde e chega a R$2,13

Cepea: preço do leite ao produtor bate novo recorde e chega a R$2,13

O preço do leite captado em agosto e pago ao produtor em setembro aumentou 9,7% frente ao mês anterior (ou 18 centavos) e chegou a R$ 2,1319/litro na “Média Brasil” líquida, renovando, portanto, o recorde real da série histórica do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Assim, o preço médio deste mês está 51,4% superior ao registrado em setembro do ano passado, em termos reais (dados deflacionados pelo IPCA de agosto/20).

De acordo com pesquisas do Cepea, o preço do leite no campo registra alta acumulada de 56,4% desde o início deste ano. Essa expressiva valorização é explicada pela maior concorrência das indústrias de laticínios pela compra de matéria-prima, já que a produção de leite segue limitada. Mesmo com os preços do leite elevados, a produção tem crescido pouco em relação à demanda e o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L) registrou avanço de 3,9% de julho para agosto.

O aumento das cotações ao produtor entre março e agosto é um fator sazonal, já que a captação de leite é prejudicada pela baixa disponibilidade de pastagens, em decorrência da diminuição das chuvas no Sudeste e no Centro-Oeste. Mas, neste ano, a situação foi agravada.

Do lado da produção, deve-se destacar que as condições climáticas estiveram mais severas em 2020, com destaque para a estiagem no Sul do País, que impactou negativamente sobre a atividade leiteira. Também é preciso dizer que o aumento nos custos de produção em relação ao ano anterior tem dificultado os investimentos na produção. Somado a isso, a atípica queda de preços ao produtor em maio (diante das incertezas no mercado início da pandemia) deixou os pecuaristas mais cautelosos – muitos secaram as vacas ou diminuíram os investimentos. Essas ações no passado dificultaram a retomada do crescimento da produção, já que a atividade leiteira é diária e seu planejamento tem efeitos tanto imediatos quanto nos meses posteriores.

Outro motivo é a redução considerável dos estoques de derivados lácteos. Isso está atrelado à recuperação do consumo, ancorado nos programas de auxílio emergencial. Há também que se destacar que, no primeiro semestre, o volume de importações de lácteos foi enxuto, devido à desvalorização do Real frente a moedas estrangeiras – o que contribuiu para a demanda superar a oferta e para a concorrência acirrada das indústrias de laticínios na compra de matéria-prima.

Expectativa

De acordo com agentes de mercado, o movimento de alta no campo deve perder força nos próximos meses. Isso porque o final da entressafra se aproxima com o início da primavera e com condições climáticas mais favoráveis para a produção leiteira. Além disso, a indústria tem aumentado as importações de lácteos, visando diminuir a disputa pela compra de matéria-prima. Como consequência dessa expectativa de maior disponibilidade de leite e derivados, pesquisas do Cepea mostram que o preço médio do leite spot em Minas Gerais se elevou apenas 0,2% na primeira quinzena de setembro e recuou 5,5% na segunda quinzena do mês, chegando a R$ 2,61/litro.

O acompanhamento diário das negociações de derivados durante a primeira quinzena de setembro também indicou desaceleração dos preços, devido à pressão dos canais de distribuição e ao endurecimento das negociações. Na parcial de setembro (considerando-se preços até o dia 29), as quedas nos valores médios da muçarela e do leite UHT negociados no estado de São Paulo foram de respectivos 1,5% e de 3,3%. Assim, existe uma tendência de estabilidade-queda para o preço do leite captado em setembro e a ser pago em outubro.

 

Fonte: Milkpoint

Leite: entenda a alta nos preços e veja tendência para os próximos meses

Leite: entenda a alta nos preços e veja tendência para os próximos meses

O litro do leite atingiu em agosto o maior preço da série histórica da média Brasil, calculada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O indicador passou de R$ 1,37 para R$ 1,94 por litro, entre janeiro e agosto, e acumulou uma alta de 43,5% em 2020.

De acordo com a pesquisadora do Cepea, Natália Grigol, a alta dos preços está relacionada a um contexto de oferta restrita e demanda firme. “Essa alta de preços em 2020 está relacionada a um contexto de oferta limitada e a uma demanda que seguiu firme por conta do auxílio emergencial. E essa oferta limitada está ligada a questões climáticas que foram mais severas este ano, então intensificaram os efeitos da entressafra. Também temos que lembrar do dólar que está mais valorizado frente ao real, que impediu volumes expressivos de importação no primeiro semestre. Observamos também redução de estoques de derivados lácteos, que está ligada a recuperação do consumo nesse momento da pandemia ancorada a programas de auxílio emergencial”, analisa Grigol.

Apesar da alta no preço, o aumento de custos da produção limitou o ganho de renda do produtor. O índice de custo de produção do leite (ICPLeite/Embrapa) mostrou alta acumulada de 5,59% em 2020 e de 9,60% nos últimos 12 meses. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Paulo Martins, destaca o aumento de custo da alimentação concentrada. “A gente tem percebido um crescimento do custo de produção continuamente no leite. Um dos pontos principais é a questão da alimentação concentrada, ração, milho e soja ficaram muito caros nos últimos tempos”, afirma.

O Censo Agropecuário do IBGE mostrou uma redução de 12,9% de estabelecimentos com produção de leite entre 2006 e 2017, queda esta de quase 175 mil unidades produtoras. O aumento dos custos de produção e a baixa rentabilidade histórica desestimula o produtor a fazer novos investimentos e reduz a capacidade de retomada da atividade, de acordo com Natália Grigol.

O aumento dos preços ao produtor ainda não foi completamente repassado ao consumidor, pois o leite no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumula uma alta de 23% em 2020. Sendo a segunda maior alta no IPCA entre produtos da cesta básica.

A alta dos preços tem incentivado o aumento das importações de leite e derivados. Desde maio, o volume cresceu continuamente mês a mês e atingiu 15,3 mil toneladas em agosto, o maior patamar desde novembro de 2018. De acordo com Geraldo Borges da Associação Brasileira de Produtores de Leite (Abraleite), o movimento é normal e esperado. “Natural pelo preço que o leite atingiu no Brasil, ainda mais o preço spot, leite comprado no mercado pecuário, que haveria tendência de aumento das importações. Já que estava chegando a um preço que viabiliza as importações apesar do dólar alto. Ainda não houve efeito dentro da cadeia. Temos preocupação que o aumento dessas importações possam vir a prejudicar os produtores nacionais, a gente sempre bateu nessa tecla”, pontua.

Tendência

Tendo isso em vista, é importante projetar até que que patamar os preços do leite podem chegar no Brasil. O analista e consultor da Scot Consultoria, Rafael Ribeiro, acredita em preços firmes no curto prazo. “A gente tem agora para setembro preços firmes do produtor (também para atacado e varejo) e outubro e novembro vai depender do período chuvoso. Região sudeste tem expectativa de atraso das chuvas e pode refletir nas pastagens e atrasar um pouco a retomada mais forte da produção”, projeta.

A pesquisadora Natalia Grigol afirma que a expectativa é positiva e que o clima será o fator preponderante. “Pensando no ano que vem, existe expectativa positiva na atividade por conta dos investimentos que estão represados. O que vai determinar é a questão climática e a disposição do produtor de fazer investimentos. Se produtor fizer investimentos equilibrados, ano que vem pode ter produção e eficiência mais consistente”, estima.

 

Fonte: Canal Rural

Embrapa cria tecnologia capaz de reduzir custos com alimentação de animais

Embrapa cria tecnologia capaz de reduzir custos com alimentação de animais

Uma tecnologia para monitorar as deficiências de alimentação dos animais pode ajudar a reduzir os custos de alimentação de rebanhos no Semiárido brasileiro. Baseado em tecnologia de espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS), a Embrapa desenvolveu, ao longo de 12 anos de pesquisas, o Serviço de Assessoria Nutricional Remota para Pequenos Ruminantes (AssessoNutri) que permite indicações de rações balanceadas, a partir de uma análise das fezes dos animais e alimentos disponíveis, identificando necessidades nutricionais com precisão, de forma mais ágil e com menor custo que análises convencionais.

A partir de 2021, o serviço estará à disposição de pequenos produtores de três regiões atendidas pelo programa AgroNordeste – Médio Canindé (PI), Cariri Paraibano e Sertão dos Inhamuns (CE) – em uma parceria da Embrapa, Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e instituições de ensino, pesquisa e extensão nessas regiões, como a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), IFCE – campus Tauá, IFPI – campus Paulistana e Senar, capacitando jovens egressos dessas instituições para que possam operar o serviço.

Os técnicos e produtores contemplados pelo programa terão acesso a essas informações por meio de boletins de orientação nutricional, disponibilizados mensalmente, com recomendações de rações de menor custo a partir das necessidades dos animais.

“Técnicos e produtores irão receber informações com orientação sobre o uso mais racional dos alimentos concentrados, aumentando a eficiência e reduzindo os custos”, comenta Marco Bomfim, pesquisador da área de Nutrição Animal e chefe-geral da Embrapa Caprinos e Ovinos.

Com a tecnologia, a expectativa é dar respostas mais precisas sobre necessidades nutricionais: a alimentação é o item de maior custo na produção animal, especialmente crítica para rebanhos no Semiárido, onde as condições de clima limitam a disponibilidade de alimentos no pasto para os animais. Com isso, o uso de rações concentradas se torna comum, levando a dependência de insumos externos e aumento dos custos.

Marco Bomfim destaca que, no atual momento, a pressão sobre o custo de produção tem se tornado cada vez maior, dado o aumento da exportação e o câmbio, que tem onerado o preço do milho e do farelo de soja, principais alimentos das rações, mesmo no Semiárido.

“Nos últimos 12 meses, houve um aumento de 23% no custo da alimentação, sendo que, somente neste ano, esse aumento foi de 18%, sem perspectivas de mudança nesse cenário. Portanto, mais que nunca, lançar mão de alternativas para baratear o custo de alimentação é fundamental”, frisa o pesquisador.

Vantagens da tecnologia

Ao usar tecnologia de infravermelho, o AssessoNutri garante análises mais rápidas e de menor custo que as realizadas com outras metodologias. A análise do Serviço leva certa de 48 horas para ser concluída, com custo de R$ 5,00, enquanto uma análise convencional leva pelo menos 10 dias, com custo de pelo menos R$ 100,00.

O infravermelho também permite que se conheça, com maior precisão, a composição de dietas dos animais e a qualidade nutricional de pastagens e outras fontes alimentares, suprindo uma carência de informação no campo

“A maior parte das recomendações dos especialistas para reduzir o custo da alimentação envolve o conhecimento da qualidade do alimento e da necessidade dos animais para orientar seu uso correto, o que não tem sido feito, tanto pela falta de laboratórios, quanto pelo custo e tempo exigido para análise. Ou seja, na prática essas recomendações não têm sido efetivadas”, afirma Marco Bomfim

Outra vantagem é que a tecnologia tem características ambientalmente corretas, pois a análise das amostras não utiliza produtos químicos. Outras análises comuns em Nutrição Animal, como a de proteínas, geram resíduos poluentes e exigem descarte apropriado, o que não é o caso do NIRS.

Fonte: Canal Rural