Projeto Leite Seguro promove eventos on-line para ampliar contato com produtor

Projeto Leite Seguro promove eventos on-line para ampliar contato com produtor

Para aproximar parceiros e interagir com a cadeia produtiva do leite e com os consumidores, a Embrapa, através de sua unidade de pesquisas em Pelotas, está programando uma série de eventos online do projeto Leite Seguro. A intenção é apresentar o projeto, divulgar tecnologias para atividade leiteira e capacitar técnicos e produtores para produção de leite seguro e de qualidade. Serão eventos quinzenais, iniciados neste mês e se estendendo até novembro.

O Programa Leite Seguro tem como objetivo gerar soluções para maximizar a segurança, qualidade e integridade do leite e derivados no Sul do Brasil visando a alimentação saudável e a proteção da saúde do consumidor de lácteos. Dentre as atividades a serem realizadas estão previstas ações de transferência de tecnologias para técnicos, produtores e consumidores de lácteos.

“O período de teletrabalho restringiu as viagens e reuniões presenciais entre a equipe do projeto e as instituições que atuam na cadeia produtiva do leite. A realização de eventos online do projeto irá contribuir para a divulgação das ações, realização de capacitações (em atendimento aos objetivos e metas propostos) e aproximação com parceiros, promovendo a interação com a cadeia produtiva do leite e com os consumidores”, disse Maira Zanela, integrante da equipe do projeto.

Eventos online

A proposta é que cada evento agendado enfoque uma abordagem de interesse do setor. A primeira atividade irá apresentar o projeto Leite Seguro, seus objetivos e perspectivas de ação; o segundo encontro, vai apresentar as tecnologias desenvolvidas no Protambo, um programa de boas práticas agropecuárias que se integra ao projeto Leite Seguro. Na sequência, será feita a abordagem sob as Instruções Normativas do 76 e 77, mostrando sua importância, a necessidade de realização das análises de risco e de monitoramento, e após serão mostradas as inovações tecnológicas na cadeia leiteira, através das tecnologias desenvolvidas pela Embrapa. As atividades serão finalizadas com live para consumidores ao evidenciar as características de um leite seguro e os benefícios do consumo de leite na alimentação diária. “A partir dessa experiência, a equipe poderá planejar novos eventos a ser realizados com temas específicos – biosseguridade, planejamento forrageiro, mastite, etc. – conforme as demandas do setor”, disse a pesquisadora.

Os eventos estão programados para serem realizados em uma hora de apresentação de temas e posterior espaço para perguntas. Serão envolvidos integrantes do projeto, parceiros institucionais e convidados com expertise técnica em assuntos de interesse do setor leiteiro. Os eventos online, as lives, terão capacidade ilimitada de participantes, tendo como público de interesse instituições, técnicos, produtores e consumidores. Todos os eventos serão transmitidos pelo canal da Embrapa no Youtube.

Agenda de lives do projeto Leite Seguro:
25 de setembro, 9 de outubro, 21 de outubro, 6 de novembro, 20 de novembro

Leite: entressafra eleva preços pagos ao produtor

Leite: entressafra eleva preços pagos ao produtor

O leite foi um dos itens que mais subiu de preço neste início de ano, com elevação de 22,99% no acumulado do ano como mostra o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 No entanto, de acordo com pesquisadores e analistas do Núcleo de Socioeconomia, da Embrapa Gado de Leite, essa valorização pode ser considerada normal, e acontece por causa do período de entressafra do produto, que teve início em abril e deve se estender até o final de setembro/início de outubro em boa parte do país.

Além da entressafra, o aumento no consumo de lácteos também foi responsável pela alta desde o início da pandemia, aponta o pesquisador da Embrapa, Glauco Carvalho. “O auxílio emergencial concedido fez com que a faixa mais pobre da sociedade passasse a consumir mais, aumentando o desequilíbrio entre oferta e demanda, sustentando os preços em patamar mais elevado”.

Neste mês, a região Sul do país atinge o pico de safra de leite, com a elevação das temperaturas e o aumento das chuvas. Nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, a retomada costuma ocorrer mais tarde e a produção atinge o pico apenas em dezembro. No entanto, o pesquisador Ricardo Andrade aponta uma preocupação: “Os mapas climáticos têm mostrado que as chuvas podem atrasar um pouco neste ano, ocorrendo só em meados de outubro”. Isso teria como consequência o atraso na recuperação das pastagens e a ampliação do período da entressafra para a região central do Brasil (Sudeste e Centro-Oeste).

Expectativa e preocupação

Para o analista Fábio Diniz, o aumento do consumo também favoreceu o preço pago ao produtor. “Em setembro, referente ao leite entregue em agosto, os produtores estão recebendo em média R$ 0,20 a mais pelo litro de leite em relação ao mês passado”, diz. Alguns laticínios chegam a pagar R$ 0,25 a mais. “A média do preço do leite ao produtor, com bonificação por qualidade, foi de R$ 1,94 por litro em agosto”.

No entanto, o aumento no custo de produção tem preocupado os produtores de leite. Agosto foi terceiro mês consecutivo de alta do milho e o cereal está 51% acima de agosto do ano passado. No farelo de soja a valorização foi de 47% nos preços. No período de entressafra, o milho e o farelo de soja são os produtos mais demandados pelas propriedades leiteiras, juntamente com o alimento volumoso.

Para os próximos meses, segundo os especialistas da Embrapa Gado de Leite, o cenário macroeconômico, gera expectativa e preocupações. O corte pela metade do auxílio emergencial, o aumento do desemprego e consequente queda da renda terão impactos negativos no mercado, gerando um ambiente de volatilidade e insegurança.

Fonte: Canal Rural

Laboratório de Qualidade do Leite investe em melhoria na prestação de serviços

Laboratório de Qualidade do Leite investe em melhoria na prestação de serviços

Certificado pelo Inmetro com a ISO 17025, o Laboratório de Qualidade do Leite (LQL) da Embrapa Gado de Leite adotou uma série de medidas que visam aprimorar o relacionamento com seus clientes ao implementar melhorias significativas na prestação de serviços. Entre as medidas adotadas estão a coleta das amostras nos laticínios, em veículo refrigerado e com monitoramento pleno e em tempo real; ampliação do escopo de análises de resultados com a inclusão de Caseína e Nitrogênio Uréico e realização de palestras para seus clientes com apresentação de temas específicos. Para informar as novidades e orientar quanto aos novos procedimentos, está sendo feito um atendimento direto e personalizado, canal que será mantido para estreitar o relacionamento com a clientela. Ainda este ano, o LQL irá adotar um novo software, que fornecerá relatórios mais completos aos clientes e informações importantes para cadeia produtiva do leite.

Com mais de 170 clientes ativos de toda a Região Sudeste e da Bahia e uma média mensal de 28 mil análises, o LQL da Embrapa Gado de Leite é um dos oitos integrantes da Rede Brasileira de Laboratórios de Controle de Qualidade do Leite (RBQL) do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, cujos objetivos são: monitorar a qualidade do leite cru no país, proporcionar o pleno exercício da ação fiscal com referência à qualidade do leite produzido no país, definir os protocolos operacionais para harmonização dos procedimentos laboratoriais e estruturar, alimentar e gerenciar o banco de dados de qualidade do leite no Brasil.

Segundo Paulo Martins, chefe-geral da Embrapa Gado de Leite, a coleta direto nas indústrias, com datas previamente agendadas, está sendo possível por meio de parceria firmada com a Coopmetro. O trabalho contribui para que amostras não sejam descartadas por problemas de conservação devido à temperatura fora do padrão, além de permitir a rastreabilidade de todo o processo logístico, desde o laticínio até o laboratório. Anderson Christ, especialista do LQL, informa que, ao todo, são quatro rotas pré definidas, que são percorridas duas vezes por mês. Em julho, por exemplo, foram atendidos 72 clientes na primeira quinzena de coleta e 45 na segunda quinzena, totalizando cerca de 18 mil amostras coletadas, tendo sido percorridos 12.288 quilômetros.

Martins destaca que a disponibilização de resultados de análises de Nitrogênio Uréico a todos os clientes que realizem análises de Contagem de Células Somáticas e Componentes, permite ao produtor utilizar a informação no ajuste de dietas, possibilitando aumento na produção de leite. Já os resultados de análises de Caseína, fornecem dados substancialmente relevantes para o rendimento de produtos lácteos, em especial os queijos.

Outro serviço importante prestado pelo LQL é a realização de palestras e debates on line, que contribue para a disseminação e uniformização de conhecimentos específicos. O pesquisador Alessandro de Sá, responsável pela organização e mediação dessas webinars, frisa que os temas são demandados pelos próprios clientes. Ele ressalta que os eventos virtuais reúnem especialistas em diversos assuntos e têm obtido excelente participação do público, inclusive com encaminhamento de muitos questionamentos, que são esclarecidos pelos apresentadores. Já foram realizadas webinars para discutir as instruções normativas 76 e 77, boas práticas de manejo para controle bacteriano total (CBT), boas práticas para controle da qualidade da água na propriedade e, mais recentemente, os desafios para a manutenção do Plano de Qualidade de Fornecedores de Leite (PQFL) durante a pandemia. Para Alessandro, as medidas adotadas aprimoram o profissionalismo do laboratório e trazem impactos positivos para um maior controle da qualidade do leite no país.

A expectativa agora é pela implementação de um novo software que está em desenvolvimento e deverá ser utilizado ainda este ano. Anderson Christ assegura que além de gerar relatórios mais completos e organizados para os clientes e atores da cadeia produtiva do leite, a nova ferramenta proporcionará maior autonomia para a clientela por meio de uma interação direta com o sistema do laboratório. Também vai permitir a criação de senhas de acesso para o cliente e para os produtores a eles vinculados, possibilitando o cadastramento direto de amostras, acompanhamento de status e histórico das análises, impressão de resultados, boletos e notas fiscais, além de acesso aos dados cadastrais que facilitam atualizações, entre outros benefícios.

Leite: Cepea vê preços estáveis em patamares altos nos próximos meses

Leite: Cepea vê preços estáveis em patamares altos nos próximos meses

O preço pago ao produtor do leite na Média Brasil, calculada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), subiu 29,2% no acumulado de janeiro a julho de 2020. O valor do litro chegou perto de R$ 1,76, o segundo mais alto de toda a série histórica da entidade. Para agosto deste ano, pesquisadores estimam alta de 10% em relação a julho, beirando R$ 1,95 por litro e ultrapassando com folga o recorde histórico registrado em agosto de 2016, quando atingiu R$ 1,78.

A pesquisadora do Cepea Natália Grigol lembra que a cadeia do leite no Brasil volúvel aos acontecimentos do mercado interno. Assim, no início da pandemia da Covid-19, as incertezas econômicas oriundas do isolamento social e da parada dos serviços de alimentação mexeram com a organização da cadeia do setor. De acordo com ela, a indústria diminuiu bastante as compras e causou desvalorização dos preços pagos ao produtor. Além disso, as condições climáticas nesta entressafra não favoreceram a produção.

Sem grandes volumes de leite sendo produzidos e com a manutenção do consumo, em virtude do auxílio emergencial do governo federal, os estoques ficaram pequenos. “Agora, as indústrias estão disputando a matéria-prima e, consequentemente, remunerando melhor o produtor”, diz.

Outro sinal de que os preços pagos ao pecuarista devem melhorar é o mercado spot — leite comercializado entre indústrias — que vêm subindo a cada quinzena e já registrou boa valorização no decorrer de agosto, segundo Natália.

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Tendência do mercado lácteo

A pesquisa afirma preços em patamares elevados estimulam o produtor, porém, o período de cotações baixas gerou diminuição do investimento. Somado aos valores altos dos grãos e às condições climáticas adversas, isso traz dificuldade de resposta rápida por parte do pecuarista.

A projeção da pesquisadora é de que, nos próximos meses, o preço pago ao produtor possa se manter estável nesses patamares altos, ainda que o pico sazonal seja em agosto. De acordo ela, as projeções dependem do ritmo do consumo e da capacidade da indústria de repassar os preços aos consumidores.

Fonte: Canal Rural

Câmara aprova permissão para bancos aceitarem produção de leite como garantia de empréstimo

Câmara aprova permissão para bancos aceitarem produção de leite como garantia de empréstimo

Para minimizar os impactos da pandemia e valorizar a competitividade no setor produtivo de leite no país, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira, 18, a emenda do deputado Zé Silva (SD-MG) na Medida Provisória 958/20 que permite aos bancos aceitarem o leite e o rebanho de vacas como garantia de empréstimos destinados a investimento ou custeio tomados por produtores de leite. A proposta segue agora para discussão e votação no Senado.

“A flexibilização das regras de acesso ao crédito rural permite que o produtor de leite lance mão de novos itens oferecidos em garantias aos financiamentos e permitirá também que um número maior de produtores tenham acesso aos recursos – tendo em vista a maior facilidade de se enquadrar nos modelos exigidos como garantia pelas instituições financeiras,” destacou o líder do solidariedade na Câmara.

O Brasil é o 5º maior produtor de leite do mundo e o alimento é o sexto de maior importância na cadeia do agro brasileiro. Ainda assim, o setor enfrenta dificuldades por conta pandemia e dos altos custos na produção em consonância com a falta de políticas públicas.

Em 2020, segundo Zé Silva, a cadeia leiteira apresentou cenário preocupante com o impacto na desvalorização do leite que – passou de R$ 1,50 em abril para R$ 1,20 o litro em maio – e o alto custo na produção de insumos como milho e o farelo de soja que em janeiro indicavam preços 31,2% e 14,5% maiores que o valor praticado no mesmo ano anterior, em 2019.

“A cadeia leiteira no Brasil sofre com um conjunto de problemas econômicos, competitivos e de mercado. Essencialmente precisamos lidar com apenas um grupo de consumidores, embora o setor tenha vários segmentos nesse mesmo mercado produtivo,” disse Zé Silva.

Pandemia gera impacto no setor lácteo

Além das constantes altas de insumos produtivos na cadeia leiteira, as implicações diante da pandemia do novo coronavírus no país provocaram, segundo o parlamentar, impactos no setor lácteos – em pleno início de entressafra.

“Regionalmente o Nordeste foi fortemente afetado em sua dinâmica produtiva logo no início da crise pelas características de produção e comercialização da região.”

O deputado Zé Silva explicou que com “o fechamento das feiras livres houve grande dificuldade de escoamento da produção de leite e derivados, fato que prejudicou e deixou muitas queijarias e produtores com sérios problemas de receita.”

O parlamentar reforçou também que os laticínios estão trabalhando com estoque de derivados lácteos elevado, “o que tem condicionado a perda de interesse por matéria prima, nesse caso o leite cru vindo do produtor.” Com isso, Zé Silva explicou que “vários produtores estão sendo dispensados pelos laticínios, o que tem gerado queda na produção e no volume de leite entregue a indústria.”

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Cadeia do leite no Brasil

Hoje são 1,171 milhão de estabelecimentos produtores de leite no Brasil desde o pequeno da agricultura familiar, passando por pequenos, médios e grandes produtores – conforme dados do Fórum Nacional de Incentivo a Cadeia Leiteira divulgados pela Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).

Segundo a deputada federal Aline Sleutjes (PSL-PR), que mediou o Fórum em julho, com produtores de seis estados brasileiros como Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, o leite é produzido em 99% dos municípios brasileiros.

“Temos 4,5 postos de trabalho direto na produção por propriedade, totalizando mais de 5 milhões e 200 mil famílias vivendo da produção (no setor primário) e muitos empregos em transporte, industrialização e comercialização que no total gera algo em torno de 20 milhões de pessoas vivendo da cadeia produtiva do leite no país.”

Mercado lácteo

A posição do Brasil no cenário da produção de leite mostra uma performance competitiva no mercado internacional. Um estudo divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelou que o país é responsável por cerca de 7% do leite produzido no mundo e é o quinto maior produtor mundial.

Segundo o documento, Minas Gerais é o maior estado produtor, com 27% da produção nacional, seguido dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Goiás, Santa Catarina, São Paulo e Bahia, todos com média anual superior a um bilhão de litros.

Fonte: Canal Rural